A Devoção à Divina Misericórdia foi numa referência a Divina Misericórdia que, entre os anos 1931 e 1938, o Senhor revelou a Santa Faustina algumas novas formas devocionais que pretendem auxiliar o cristão a se aproximar mais e mais deste aspecto de seu mistério.

Santa Faustina alimentava a sua vida cristã sobretudo da Sagrada Liturgia, pois vivia intensamente cada celebração, mas o Espírito Santo não deixava de suscitar nela as mais variadas expressões devocionais relacionadas a Deus, aos Santos e de um modo especial ao mistério da Divina Misericórdia.

Essas formas devocionais são:
– IMAGEM DE JESUS MISERICORDIOSO – que uma vez abençoada, torna-se um sacramental.
“Pinta uma imagem de acordo como modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. Desejo que esta imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela e, depois, no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte. (…) Quero que essa imagem, que pintarás com o pincel, seja benta solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia. Desejo que os sacerdotes anunciem essa Minha grande misericórdia para com as almas pecadoras” (Diário, 47-49).

– A FESTA DA MISERICÓRDIA – A Festa deve ser preparada espiritualmente, com uma NOVENA em preparação a Festa da Misericórdia iniciando na Sexta-feira Santa.
“Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. (…). Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate”  (Diário, 699).
“Ainda que a alma esteja em decomposição como um cadáver e ainda que humanamente já não haja possibilidade de restauração, e tudo já esteja perdido, Deus não vê as coisas dessa maneira. O milagre da misericórdia de Deus fará ressurgir aquela alma para uma vida plena” (Diário, 1448).

– TERÇO DA MISERICÓRDIA – Entre as diversas formas de culto à divina misericórdia, o Terço da Divina Misericórdia ocupa uma posição de destaque. Em 14 revelações especiais Jesus oferece à Santa Faustina esta nova forma de piedade, que hoje se encontra disseminada por todo o mundo. Assim como na vida da Igreja a Liturgia e a piedade intimamente se associam, na espiritualidade da divina misericórdia proposta por Santa Faustina se dá igualmente o encontro destas duas dimensões, particularmente através da Festa e do Terço. Jesus Cristo ditou a irmã Faustina o Terço da Divina Misericórdia em Vilna (Lituânia), nos dias 13-14 de setembro de 1935, como oração pedindo a graça da Misericórdia Divina para os pecadores. “Por ele [o Terço da Divina Misericórdia] conseguirás tudo, se o que pedires estiver de acordo com a Minha vontade” (Diário, 1731). “Recita, sem cessar, este Terço que te ensinei. Todo aquele que o recitar alcançará grande misericórdia na hora da sua morte. Os sacerdotes o recomendarão aos pecadores como a última tábua de salvação. Ainda que o pecador seja o mais endurecido, se recitar este Terço uma só vez, alcançará a graça da Minha infinita misericórdia” (Diário, 687).

– HORA DA MISERICÓRDIA – Em outubro de 1937, em Cracóvia (Polônia), Jesus Cristo recomendou que fosse honrada a hora da Sua morte e que ao menos por um instante de oração se recorresse ao valor e aos méritos da Sua paixão.
“…às três horas da tarde, implora à Minha misericórdia especialmente pelos pecadores e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Esta é a Hora de grande misericórdia para o Mundo inteiro. Permitirei que penetres na Minha tristeza mortal. Nessa hora nada negarei à alma que Me pedir pela Minha Paixão…” (Diário, 1320). “…que todas as vezes que ouvires o bater do relógio, às três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-A e glorificando-A. Implora a onipotência dela em favor do Mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, (…) Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros. Nessa hora, realizou-se a graça para todo o Mundo: a misericórdia venceu a justiça (…) procura rezar, nessa hora, a Via-sacra e, se não puderes fazer a Via-sacra, entra, ao menos por um momento, na capela e adora o Meu Coração, que está cheio de misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes sequer ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um breve momento. Exijo honra à Minha misericórdia de toda criatura” (Diário, 1572).

– DIVULGANDO A DEVOÇÃO DA DIVINA MISERICÓRDIA
ATOS DE MISERICÓRDIA – Com a divulgação da devoção à misericórdia, Jesus vinculou portanto duas promessas: a primeira se relaciona com a vida toda, e é a proteção maternal de Jesus sobre quem divulga a sua misericórdia; a outra se relaciona com a hora da morte, e é a garantia de Jesus de que procederá com o moribundo de forma a lhe manifestar a infinidade da sua misericórdia.
“…faz o que está ao teu alcance pela divulgação do culto da Minha misericórdia. Eu completarei o que não conseguires. Diz à Humanidade sofredora que se aconchegue no Meu misericordioso Coração, e Eu a encherei de paz. (…) Quando uma alma se aproxima de Mim com confiança, encho-a com tantas graças, que ela não pode encerrá-las todas em si mesma e as irradia para as outras almas. As almas que divulgam o culto da Minha misericórdia, Eu as defendo por toda a vida como uma terna mãe defende seu filhinho…” (Diário, 1074-1075).

O Salvador deseja que no mundo todo seja conhecida a misericórdia Divina, que toda pessoa que com confiança a Ele recorrer descubra a beleza e a riqueza da misericórdia cristã. A isso servem as novas formas do culto da Divina misericórdia e as promessas com elas relacionadas.  “As graças da Minha misericórdia colhem-se com o único vaso, que é a confiança. Quanto mais a alma confiar, tanto mais receberá” (Diário, 1578).

A essência da devoção à Divina misericórdia é uma postura de confiança diante de Deus, o desejo de cumprir a Sua vontade e a prática da misericórdia para com o próximo, levando-lhe o amor ilimitado e a bondade de Deus. Essa é também a condição para o cumprimento das promessas que Jesus Cristo relacionou com as novas formas do culto da Divina misericórdia. “Abri o Meu Coração como fonte viva de misericórdia; que dela tirem vida todas as almas, que se aproximem desse mar de misericórdia com grande confiança. Os pecadores alcançarão justificação, e os justos serão confirmados no bem” (Diário, 1520).
“A conversão e a perseverança são uma graça da Minha misericórdia” (Diário, 1577).